Um tema polêmico e que causa bastante curiosidade na área da saúde e sexologia está relacionado com a ejaculação feminina. Afinal, como se sabe, os homens conseguem expelir o líquido seminal quando gozam. Mas e as mulheres?
Algumas relatam que, ao terem um orgasmo, expelem algo semelhante ao que os homens liberam. Outras nunca passaram por essa experiência na vida.
Mas então, seria isso uma ejaculação feminina? Ela de fato existe? É mito ou verdade? Entrevistamos a sexóloga e terapeuta sexual Leila Campos sobre o assunto para tirar todas as suas dúvidas sobre o assunto.
Ela esclarece que esse ainda é um tema no qual não há consenso em pesquisas científicas. Há algumas que apontam que sim, é verdade.
“Algumas pesquisas sugerem que um fluido esbranquiçado é secretado das glândulas de Skene, que são pequenas estruturas localizadas em torno da uretra feminina – essas glândulas são consideradas por alguns autores como sendo a “próstata feminina”. Resultados bioquímicos confirmam a presença de secreções (enzimas) nesse líquido ejaculado pela mulher, que se assemelham ao fluido prostático”, afirma a sexóloga.
Porém, em outras pesquisas, já são encontradas outras substâncias. “Outras pesquisas apontam tratar-se de urina.”, esclarece.
Partindo do princípio das pesquisas que apontam substâncias que se assemelham ao fluido prostático, a estimulação das glândulas de Skene levariam a uma maior possibilidade de se obter a ejaculação feminina.
Essa glândula fica próxima a uretra. Essa é a razão pela qual encontram-se vestígios de urina nessa secreção, pois, como há a proximidade com esse órgão, pode-se estimular a liberação do xixi.
Leila Campos dá algumas dicas bem interessantes para ajudar você a chegar lá. Ela ressalta que cada organismo reage de uma forma diferente e isso influencia nas formas de como obter a ejaculação.
Também é importante, além de permitir-se sentir prazer de forma completa, ter uma boa relação de cumplicidade com seu parceiro ou parceira para dizer a ele ou ela o que gosta e o que não gosta, para que juntos possam alcançar o máximo de prazer.
Ainda há muitas questões a serem discutidas para tirar todas as dúvidas e, quem sabe, você conseguir alcançar essa sensação de êxtase! Veja algumas perguntas que a sexóloga ajudou a esclarecer
Segundo Leila, “não existe consenso a esse respeito principalmente porque isso pode variar de organismo para organismo e depende, fundamentalmente, do momento em que a mulher está vivendo”.
Por exemplo, se ela está constantemente estressada ou atarefada, provavelmente praticará sexo tensionada e não conseguirá relaxar o suficiente para alcançar o máximo de prazer.
“Também existe essa possibilidade, trata-se da incontinência coital.
Há mulheres com problemas de incontinência em geral,
inclusive durante a atividade sexual, e mulheres que perdem urina somente durante o orgasmo”.
Mas então, nesse caso, elas não perceberiam que é xixi? A sexóloga explica. “As mulheres que pululam urina apenas durante o orgasmo geralmente não a identificam como urina porque é muito mais diluída e não cheira nem se parece com urina, mesmo que saia da bexiga”.
O pompoarismo pode ajudar a evitar a confusão entre urina e a ejaculação. “Os exercícios de pompoarismo são indicados para o fortalecimento da musculatura pélvica e muito eficaz no tratamento da incontinência urinária geral, bem como para a que é verificada somente durante a atividade sexual”, explica Leila.
Mas ambos os exercícios podem colaborar, principalmente por potencializarem o prazer feminino. Eles, segundo a sexóloga, “ajudam a mulher a obter autoconhecimento, desenvolver maior lubrificação vaginal e consequentemente ter aumento do desejo sexual”.
Ela só ocorre com o estímulo do ponto G?
Na verdade não há evidência direta que o ponto G está relacionado com a ejaculação feminina, mas sim que a sua proximidade com as glândulas de Skene poderiam influenciar nisso. “Existem afirmações no sentido de que, ao se massagear a área do ponto G, as glândulas de Skene estariam sendo estimuladas, ao mesmo tempo em que se exerceria pressão na bexiga, fatores que podem levar a produção do fluido ejaculatório como também propiciando a eliminação de urina”, esclarece.
Necessariamente a ejaculação está ligada a um orgasmo mais intenso?
A sexóloga explica: “ao se considerar a ejaculação feminina do ponto de vista de produção de fluido ejaculatório seria correto afirmar que quanto mais intenso for a excitação e intensidade do orgasmo, maior a possibilidade de se obter a ejaculação feminina”.
Porém devem ser considerados outros pontos relacionados com o autoconhecimento. “A questão que deve ser levada em consideração é a forma em que os estímulos são produzidos e as áreas particulares da vagina suscetíveis a maiores estímulos. Portanto é através do desenvolvimento e descoberta da própria sexualidade que a mulher formule o que é realidade em seu caso, e não o que a mídia promulga como “fato” presumido”, esclarece.
Ou seja, é importante que você esteja sempre buscando se conhecer e descobrir como sente mais prazer. Não há receita pronta sobre como cada uma consegue atingir um orgasmo mais intenso ou como obter a ejaculação.
Busque o seu próprio caminho, sinta-se satisfeita, relaxe, aproveite e conseguirá descobrir o quão intensa pode ser sua experiência sexual!
Por Luciana Rodrigues