Boletim Fiocruz afirma que nenhum estado apresenta tendência de queda na mortalidade

Primeiro Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz de 2021 aponta que cenário nacional ainda é preocupante e merece muita atenção, já que nestas primeiras semanas epidemiológicas nenhum estado apresentou tendência de queda de incidência ou mortalidade.
Por: Ricardo Valverde
23/01/2021 - 11:36:27

 

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 vacina tão esperada por muitos e ao mesmo tempo tão criticadas por outros, chegou ao Brasil. Aos poucos vão seguindo as diretrizes de aplicação em seus grupos prioritários. Recentemente a cidade de Porto Seguro, ficou impedida de realizar show e festas no município.  

Uma realidade que ainda pede cuidados, uma preocupação marcada pelo primeiro Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz de 2021 registra que “que nestas primeiras semanas epidemiológicas do ano nenhum estado apresentou tendência de queda de incidência ou mortalidade por Covid-19.

 Ainda de acordo ao observatório os números estão a crescer, “foram observadas elevações expressivas no número de casos em 13 deles e de óbitos em 5 e registradas elevadas taxas de incidência e mortalidade na maioria das unidades da Federação. Nas semanas epidemiológicas 01 e 02 de 2021 (3 a 16 de janeiro), o Brasil apresentou uma média diária de 52 mil casos, valor ainda mais elevado que o verificado em meados do ano passado, e de quase 970 óbitos, com 9 dos 14 dias registrando mais de 1 mil mortes por dia.

De acordo com os dados apresentados no Boletim e comentados pela equipe do Observatório, a atual situação brasileira revela o agravamento da pandemia, verificado a partir do fim de 2020”.

 

Um exemplo, foi o caso de Manaus, “passa novamente por uma fase crítica, com altas taxas de incidência em relação às Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG), incluindo os casos de Covid-19. Se em algumas capitais esse número chega a ser superior a 10 casos por 100 mil habitantes, na capital amazonense este valor chega a ser três vezes maior. Há preocupação também em relação às taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19, que em alguns estados estão na zona de alerta crítica e em outros na zona de alerta intermediária.

Entre as capitais, nove estão com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos de pelo menos 80%: Porto Velho (93,7%), Manaus (94,1%), Boa Vista (100,0%), Macapá (94,6%), Belo Horizonte (82,9%), Vitória (80,1%), Rio de Janeiro (99,8%), Curitiba (81,0%) e Campo Grande (81,0%). Com taxas superiores a 70,0%, somam-se ainda oito capitais: Rio Branco (72,7%), São Luís (77,5%), Fortaleza (78,1%) Recife (70,7%), Salvador (71,1%), Vitória (79,7%), São Paulo (70,5%) e Porto Alegre (74,1%).

O Boletim ressalta também que, apesar de a vacinação ter começado no país, a população não deve descuidar das medidas de prevenção e contenção (distanciamento físico e social, uso de máscaras, higienização, entre outros) que já vem sendo amplamente recomendadas desde o início da pandemia. A vacinação não pode, neste momento que ainda é crítico, levar a um relaxamento dessas medidas de proteção. A publicação pede ainda que os gestores passem a ter uma ação mais prospectiva, baseada em dados da vigilância em saúde, permitindo antecipar situações de crise.

A vacinação é detalhada em outro texto desta edição, em que o Boletim deixa claro que a autorização emergencial pela Anvisa para o uso das vacinas fabricadas por SinoVac e Universidade de Oxford/AstraZeneca representa um marco importante, mas ainda há desafios a serem vencidos e cuidados a serem tomados. De acordo com os pesquisadores, o país tem ainda um longo caminho a ser percorrido para reduzir a transmissão e o aumento de casos e óbitos, o que vai demandar tempo até que se alcance uma cobertura vacinal significativa com as duas doses preconizadas no mais curto período possível. Será essencial acompanhar a cobertura vacinal, possíveis efeitos adversos que venham a surgir e o efeito da vacina na incidência e mortalidade pela doença, o que exigirá um esforço de vigilância epidemiológica em cada município e a organização desses dados em um sistema nacional de informação”.

Agência Fiocruz de Notícias

 


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